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BRAÇUDO: FAMÍLIA E CULTIVO DO TROPEIRISMO

Referência em T.Borba, é muito estimado pela comunidade e parceiros

2017-11-03 às 13:35:25) O site Oberekando teve o prazer de nessa semana, ter como entrevistado, Antônio Pereira da Silva, nascido em 06 de abril de 1961 na vizinha Ortigueira. O nome talvez não seja tão conhecido, mas seu apelido, Braçudo, logo remete à uma pessoa extremamente do bem, solícita, e que cultiva amor ao tropeirismo. Referência de Telêmaco Borba, em seu rancho, com o mesmo nome do Grupo Tropeiro que compõem, Nossa Senhora das Brotas, uma envolvente conversa enquanto que no fogão à lenha e cultivando a tradição, o almoço era preparado pela esposa, Zeni de Jesus Talevi (55), que é alicerce do “Braçudo Veio” – expressão que ele gosta – juntamente com o filho Tiago Talevi Pereira da Silva.

“Estamos nessa tradição de tropeiro. É um prazer nosso! Gostamos dessa tradição e dessa cultura brasileira que não podemos deixar esquecida, porque é dos meus antigos avôs... de meus pais. Estamos nesse rancho Tropeiro Nossa Senhora das Brotas aqui, e se Deus quiser vamos continuar dando apoio a essas criançadas”, Braçudo assim disse. Ele nesse final de semana deverá estar em Castro, participando de mais um evento que reunirá muitos dos tropeiros que fizeram o percurso do Tropeirismo dos Campos Gerais, que envolveu dezessete municípios. Trata-se, para ele, de uma forma de incentivar aos mais novos de que não deixem morrer essa cultura, que ele vem passando ao filho Braçudinho, o Thiago.

 

RECONHECIMENTO, ESFORÇO E AVENTURA

Na época da inauguração em Telêmaco, da Marca dos Tropeiros, Antônio lembra que a Secretaria de Cultura do Município deu a eles o prazer de serem convidados. Também rememorou em 2006, o trajeto de 26 dias feito com os amigos de Piraí quando foi à Aparecida. O Padre Brás, desse Santuário, veio uma vez o visitar, dando-lhe alegria. Um plano para uma nova viagem à cavalo à Basílica Nacional está sendo feito para o meio do ano que vem. Ele morou no Parque de Exposições por quase 20 anos.

 

NATAL TROPEIRO

Um orçamento será feito por Braçudo e a decisão de se fazer a festa saíra deste, mas fica o convite: Quem quiser auxiliar na festa das crianças pode entrar em contato com ele, pelo telefone (42) 988 42 21 59. “Se nós cuidarmos de nossas crianças, estamos cuidando de nós mesmos”, porque futuramente eles que; querendo, cuidarão de nós!”, pois essa festa tem a cada dia chamado mais a atenção dos pequenininhos: “O prazer meu é ter essa criançada pelo menos uma vez por ano!”, referindo-se ao Natal Tropeiro.

 

FAMÍLIA, VALORES E TRADIÇÕES QUE NÃO PODEM SER ESQUECIDOS

Um grande valor que o velho Braçudo difunde é a riqueza de se viver bem com a família: “Um viradinho de feijão aqui, engraxadinho, com uma couvinha e um café, comemos que nem rei! Mas se você tiver de mal com sua família pode ter o melhor banquete que perde todo o gosto!”.

Da rotina do tropeirismo, falou que hoje em dia é até possível que as crianças passem mal, ao comer as comidas que são, além de marcantemente deliciosas, também fortes.  Lembrou do charque, mandioca e demais aspectos da vida tropeira, citando da mãe dele que torrava farinha e dos bijus amarelos, dobrados e tomados com leite. O seu primeiro sapato foi ganho num Sete de Setembro, mas após caminhar um pouco, viu que os calos começaram, e logo abriu mão.

 

THIAGO BRAÇUDINHO: DE AVÔ, E DE PAI PARA FILHO

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Acompanhando o patriarca desde muito cedo, na verdade desde que nasceu, Thiago tem já diversas passagens marcantes, uma delas onde foi um dos entrevistados pela então TV Esplanada de Ponta Grossa (Conteúdo constante e com fonte citada, no vídeo com a entrevista completa de Braçudo e Thiago), além, conforme narrou o pai, o apelido carinhoso que ele até hoje leva entre os amantes de um lombo de burro: “Sorvetinho”.

Disso, contou o pai, que quando chegaram a Aparecida do Norte, e foram entrar no Santuário, antes o filho, na época lá com seus 10 ou 11 anos, estava num dilema no que fazer com um sorvete enorme e colorido que tinha em mãos. Ao ver Braçudo falar que não iria ele entrar com isso na Igreja, não pensou duas vezes. Colocou em seu bolso e claro, depois, inocentemente, mostrou ao pai a sujeira que resultara em sua bombacha, elegantemente feita para ele sob medida.

“Orgulho de ter um pai assim, que sempre está se preocupando e incentivando as crianças a estarem nessa cultura do tropeirismo”. Hoje ele une, com seus estudos, a vida tradicionalista com o avanço tecnológico, cursando na Faculdades Senai, Tecnólogo em Automação Industrial. “Da mesma forma com que ele me incentivou a estar como estou hoje, eu também tenho que incentivar ele a continuar com essa cultura, não é?!”. A entrevista foi encerrada de uma forma peculiar a essa família, com Thiago dizendo que o Natal Tropeiro não é do Braçudo e família, mas sim de toda a comunidade e pelos parceiros, que têm ajudado a manter viva essa tradição: Novamente uma grande e elogiável demonstração de humildade!