Ele ousou com a primeira academia da cidade, foi de cronner de banda a estagiário na área papeleira no México
(Matéria Especial)
Se alguém em Telêmaco perguntar por Luiz Alberto da Silva, pouca gente saberá de quem se trata. Já, se a pergunta for a respeito do Beto, da Cultura, ai sim, todos saberão.
O casamento de Beto com os rumos da Cultura, expressa no caso na arte da dança, condicionamento físico e expressão corporal, vem de 1982 quando ele foi pioneiro e abriu a primeira academia na cidade. A Academia de Ginástica e Dança era inaugurada sob as bênçãos do vigário da época e com a presença inclusive do prefeito Tranquilino Guimarães Viana. Era sua sócia no empreendimento que ofertava aulas de ginástica, iniciação ao jazz e ballet clássico infantil, Cláudia Taques, que hoje reside em Santa Catarina e que naquele mesmo ano conseguia a quinta colocação no Miss Paraná, realizado inclusive em Telêmaco Borba. Mais uma demonstração dos dotes de Beto: ele foi assistente de estética do concurso em 82.
Cláudia e Beto
No final de 83, Beto vai embora para Jaguariaíva, onde atual em sua área como técnico papeleiro, na antiga Pisa. Lá, consegue um estágio no México onde ficou por três meses. Quando em 1985 morou em São Paulo, aplicado, não perdeu tempo: foi bancário, cursou canto, designer de interior, e deu aula de Jazz. Frequentou também a badalada Ballet Stagium de dança moderna e expressão corporal. No Museu de Artes de São Paulo (Masp), fez o curso de História da Arte. Bom lembrar, que chamado por alguns de Carlinhos de Jesus, pela semelhança com o mais famoso dançarino do País, Beto já teve aula com o próprio.
Dezembro de 1989: ele foi convidado por Zélia Batezatti, responsável para a Divisão de Cultura, ligada à Educação na época. Era prefeito Carlos Hugo. Ficou também na gestão de Paulo Cesar, quando novamente deu mais um intervalo.
Nesse período ele foi cronner da Banda Santa Cruz e por sete anos. Promoter, eventos e chefe de cerimonial foram outras atribuições de Beto, que em 2007, volta à Divisão de Cultura.
Na Banda Santa Cruz com grandes amigos, abaixo a esquerda
Coordenador de Cultura dos Campos Gerais
Hoje como responsável pela seção de Promoções Populares da SMCER, e com excelente sintonia com Tereza Gonçalves que tem se destacado e tido ascendente como chefe da Divisão de Cultura e com professor João Alfredo Tibúrcio Netto, o professor Keko, secretário de Cultura, Esporte e Recreação, ele é coordenador da Regional de Cultura 2, que é uma das divisões criadas pela Secretaria Estadual de Cultura em 2005, e que engloba 18 municípios. Esse cargo, em que foi eleito por unanimidade, ele terá até maio de 2015, visto ser bienal.
O objetivo da Regional de Cultura da Associação dos Municípios dos Campos Gerais é o intercâmbio dos municípios e parcerias na área, além de preparar as regionais para a Conferência da Cultura em nível de Estado. Outra ação é a legalização da Cultura dos municípios que ainda estão em débito com o Sistema Nacional de Cultura. “Existem localidades que ainda não possuem as leis inerentes à Cultura, e nem sequer os Conselhos”, disse.
Fato pitoresco
Na época do Programa Mário Vendramel, pela TV Iguaçu, de Curitiba, equivalente hoje ao SBT, o Colégio Wolff Klabin de Telêmaco disputou neste televisivo uma gincana, onde uma das provas era a dublagem de um artista de renome na época. Beto, com facilidades de expressão corporal, assim como o artista, e porte físico quase que idêntico, confundiu até mesmo os telespectadores que enlouquecidamente ligaram e congestionaram as linhas da emissora, para confirmar se era o próprio cantor Ronaldo Resedá que lá estava e ao vivo! Na gincana, óbvio o Wolff ganhou a prova com nota máxima e era contra um colégio de Campina Grande do Sul, região metropolitana de Curitiba. Seis meses depois, num outro momento, a diretoria do Rotary o convenceu a brilhar na dublagem de Ney Matogrosso, num evento deles. Isso era quebra de tabu, nos anos 80.
O pai de Luiz Alberto, Juths da Silva, em 1954, era jogador profissional do Bangú, do Rio de Janeiro. Juths, juntamente com um primo, sagraram-se os primeiros campeões paranaenses de futebol do interior do Paraná, em 1955, com o CAMA – Clube Atlético Monte Alegre. Depois disso o pai de Beto fora negociado com a Portuguesa de Desportos.