As professoras Lucélia e Luciléia falaram com o Oberekando. “A leitura é uma das agentes de transformação”
2017-09-04 às 12:30:41) O site Oberekando esteve na semana passada, num bate-papo com duas professoras da disciplina de Língua Portuguesa do Colégio Estadual Dr. Marcelino Nogueira, onde foram enfocados alguns dos projetos que esta área vem desenvolvendo com os alunos. Lucélia Maria Souza de Oliveira trabalha com os sextos anos A e B, e oitavo ano A, e comentou que com a Literatura com eles, faz uso tendo como concepção o Haikai, além de também a gramática. Ela atua há 22 anos com esta disciplina. Já, a professora Luciléia de Oliveira Camargo trabalha no Marcelino fazem quatro anos e neste 2017 está com os sétimos anos, fato que facilita a ela com 23 anos nesta disciplina, na escolha dos conteúdos.
A diretora do Colégio, Cintia Assueiro, vê que as professoras estão, ao desenvolverem esse trabalho bem interessante com a leitura, “estimulando o interesse e a vontade. A curiosidade dos alunos e as novas descobertas, através da leitura”.
Lucélia explicou que o fato do uso do Haikai é por ela ser uma poesia japonesa que tem como enredo as estações do ano e ser super curta, assim como aplica aos seus alunos, em relação aos textos que os sugere. Ela traz os autores paranaenses à sala, como Helena Kolody e Paulo Leminski. A partir da leitura é que eles são estimulados a escreverem: “Quanto mais leitura, mais vocabulário e melhores ficam os textos”.
Luciléia está trabalhando este ano o projeto ‘Leitura da Liberdade’: “Escolhi esse nome porque eu acredito que a única forma de você se destacar, de você vencer na vida, e ter conhecimento, é através da leitura. E eu lendo, eu posso cobrar meus direitos, eu posso viajar pra onde eu quiser, posso visitar os museus (mesmo sem sair do lugar, muitas vezes)”. Ela quer levar os alunos à conhecer a Biblioteca Municipal de Telêmaco.
LUCÉLIA
Ela prefere trabalhar as poesias, por terem começo, meio e fim e também estimula aos alunos observar as ideias, sejam as explícitas como as implícitas que se encontram internas, na escrita. O trabalho com a Caixa de Leitura é executado, onde durante a semana se reserva uma das aulas para eles lerem: “Até no meio do ano foi na sala de aula e agora eles vêm até a biblioteca”. Com as turmas maiores ela tem utilizado o pátio, onde eles sentam e leem bem tranquilos. “Tem uns que deitam, outros sentam, se encostam, à vontade”. A ficha catalográfica ela inicia desde o sexto ano, e se intensifica no oitavo. Em setembro, um seminário de livros acontecerá entre eles. Outra citação foi de que se é estimulado ler o livro e assistir o filme dessa mesma obra, e se fazer um paralelo. Relacionando-se o original do livro, na opinião da professora, para que se tenha público, no filme fazem-se algumas apelações que o livro não tem. “O filme tem a questão do público e do lucro!”. A professora Luciléia também disse que os alunos observam certa frustação quando se vê o filme.
LUCILÉIA
“Quando eu falei da liberdade, isso é praticado até no momento em que está se fazendo à leitura”. O aluno precisa desse auxilio (para se ater a leitura) porque talvez só na escola que ele tenha acesso a ela, e também que esteja sendo na escola o único lugar que ele exerça o seu papel de cidadão. Falado por ela também, é que comenta com seus alunos quando é que se pode usar a linguagem da informática com as abreviaturas e tudo mais, e quando se usar a língua culta: A linguagem da informática está sendo chamada pela área de ensino como “o internetês”.
USO EXAGERADO DE PALAVRÕES PELOS ESTUDANTES
Não só estudantes, mas crianças, adolescentes, jovens e adultos, especialmente no Brasil, estão atualmente, com a cultura do por vezes, mostrar sua masculinidade ou feminilidade, usando palavrões como medição de força. Nesse viés, durante a entrevista, o Oberekando provocou a discussão.
No colégio é estabelecido o contrato pedagógico e um dos itens é que não se falem palavras de baixo calão dentro da sala de aula. Os alunos colocam as normas deles no que eles podem e não podem, e os professores da mesma forma. A professora Lucélia disse que pelo fato de se ter cinco aulas por semana e todos os dias estar com os discentes, percebe-se que essa prática vai diminuindo e se estendendo para todas as demais disciplinas. Ela pontuou que comenta que até mesmo, e independente de religião, na bíblia se tem que não devemos usar palavras torpes e que quando se está num ambiente de cultura, esse cuidado fica ainda mais forte. Sua colega, a professora Luciléia, disse: “Em sala de aula eles cumprem e realmente não falam (palavrões), mas quando escapa, eles correm o olho pra você, rapidinho! Porque eles sabem que não é adequado... porque eles sabem que não é o momento!”.
* Clique e conheça mais sobre o Haikai (FONTE: BOL)