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Presidente do Concidade, José Carlos no Oberekando
Presidente do Concidade, José Carlos no Oberekando

Ele fala da revisão do Plano Diretor que em sua instituição, no passado, foi um dos responsáveis

2017-09-13 às 16:57:14) Presidente do Conselho da Cidade de Telêmaco Borba, o engenheiro José Carlos Santos foi o entrevistado especial do Oberekando na segunda-feira. A pauta principal, o Plano Diretor do Município, que passa por revisão. Ele teve, entre 2005 e 2006, a incumbência desse plano, que fora aprovado pela Câmara em 2007. Com várias passagens pela Administração municipal, José Carlos nunca se desligou da vida da cidade para onde veio com 3 anos, tendo nascido em Harmonia no dia 24 de abril de 1956.

“Para mim é uma satisfação poder falar sobre município, plano diretor, planejamento municipal, e Conselho da Cidade, porque a gente tem uma atuação já de longa data nesse sentido, e nós participamos desses conhecimentos para chegar a esse tipo de planejamento.”

“Tive a possibilidade de crescer enquanto a cidade crescia”. Nesse mês de setembro há a previsão de conclusão da legislação, onde uma audiência pública poderá se dar no dia 29, quando será enviada para a Câmara.

 

VIDA PÚBLICA: SECRETÁRIO, VEREADOR E ATUAÇÃO EM PONTA GROSSA

Ele começou a vida trabalhando no comércio com construção civil, na área lojista, e ainda no tempo da faculdade de Engenharia Civil foi convidado por Carlos Hugo Wolf Von Graffen para fazer estágio no município, e justamente na época do bloco de obras, que envolvia a rodoviária, a concha e o ginásio de esportes, há mais de 25 anos. Após formado, foi convidado por ele para ser secretário de Obras. “Na reforma constitucional de 1988 os municípios receberam uma verba muito alta. Então nós tínhamos possibilidade de tocar 60 frentes de obras. Chegou-se a ter 1000 funcionários diretos e 400 indiretos”. Em relação à hoje, com quadro muitíssimo menor, ele elogia a capacidade de desenvolvimento dos servidores.

Vê como consequência do trabalho apresentado, sua primeira eleição como vereador, e também por essa razão, a segunda, além de duas candidaturas à deputado estadual, “e sempre estivemos ai no meio político, fazendo alguma coisa”. Depois disso, foi convidado pelo prefeito Péricles de Mello (hoje deputado) à trabalhar na Prefeitura de Ponta Grossa. Na sequência, foi à Câmara da Princesa dos Campos por dois anos o seu diretor financeiro, e após, no Instituto de Saúde da cidade, onde somente o orçamento era maior que todo orçamento de Telêmaco Borba. Ele vê que todo o conhecimento adquirido auxiliou para que em sua época, Telêmaco não tenha necessitado de técnicos de fora para executar o plano, que foi feito por eles mesmos.

 

PROJEÇÃO E MOBILIDADE: NOVA T.BORBA E A CIDADE COM FROTA DE QUASE 47 MIL VEÍCULOS

José Carlos comentou sobre o projeto da Nova Telêmaco Borba. Quanto ao atual plano diretor em sua revisão, uma realidade se observa: “Hoje nós temos uma cidade de porte médio que se comporta como uma cidade de pequeno porte”. Citou que existem poucas vias qualificadas para o trânsito, mas que emplacados, a Capital do Papel tem 43 mil veículos, acrescentando-se entre 3 a 4 mil que, de Telêmaco, foram licenciados em outros municípios, totalizando-se em torno de 46 a 47 mil carros. As seis bacias hidrográficas hoje existentes em TB, e o fato de ser uma cidade acidentada e os poucos acessos entre as localidades, fazem com que as concentrações de veículos nos horários de pico se deem no viaduto e na Marechal Floriano Peixoto, por exemplo. “Então são poucas vias e essas estão em sua capacidade máxima”. Tudo isso vem estudando-se dentro do plano diretor, que incluiu comitantemente, um plano de arborização e de mobilidade, por exemplo. Com a quase impossibilidade de uso maciço de bicicleta devido ao terreno da cidade, entre motos e motonetas estão quase 9 mil em circulação.  O estudo viário é outro que está sendo visto: “Temos que ter nossa cidade média, funcionando como uma cidade média!”, e tudo isso é estudado no plano diretor, afirmou.

Uma outra matriz de desenvolvimento alternativo, que não seja a madeira, tem que ser buscada, e esse, para José Carlos, é um dos maiores desafios.

O presidente disse que além da audiência pública, é desejada também se fazer uma conferência sobre o plano diretor. O Conselho da Cidade tem a participação do ente público e também da sociedade civil, que representa a população em geral, por ser paritário. Existem questões, por exemplo, em que o plano diretor não pode engessar o crescimento da cidade, e por isso é feito um plano com diretrizes levando-se em conta as demandas gerais, em detrimento das localizadas.

Esse trabalho está locado na Secretaria de Planejamento, que hoje tem como titular o engenheiro Rubens Quintiliano, que conduz o processo, “e o meu papel, como já tinha uma experiência anterior, faço uma interlocução entre a equipe municipal e a equipe contratada que é da Universidade Federal do Paraná, uma Fundação”.  Cabe lembrar que é presidente de honra do Concidade, o prefeito Márcio Artur de Matos.