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Respeito ao Índio: Legado do Professor Lourenço
Respeito ao Índio: Legado do Professor Lourenço

“Se tem tanto dó assim, porque não entrega sua casa a eles?”

ARTIGO: EDIVALDO OBEREK

d2018-04-19 às 13:34:59) Hoje, dia do índio, primeiramente nossas homenagens a estes primeiros donos de nossa Pátria! Ao decorrer deste, será entendido: Minha humilde homenagem ao sempre lembrado professor Lourenço Idelfonso da Silva.

Logo que me dei conta da data que aponta no calendário, o dia do índio, vi algumas coisas como uma acadêmica de Direito numa entrevista, comentando da alegria dela em ver que consegue cursar, apesar da discriminação e do que lê na face de alguns engravatadinhos no campus da Universidade Nacional de Brasília (UNB) algo como “volte pra sua tribo ou maloca”. Ela disse que sua caminhada é inspirada em seu avô, que resistia a invasões de madeireiros e outras agruras.

Concordo em partes e em muitas, e discordo também, quanto às causas, “taxadas por vezes” de indígenas: Para aqueles que defendem a manutenção da enormidade das terras indígenas, mas que no fundo o que fazem mesmo, é defender sua própria causa, quando segundos após, nas costas deles, os próprios defensores podem ser os “amanhã”, invasores dessas! A Funai tem sim gente boa, mas sabe-se entre os próprios membros dela, assim como em todos os outros segmentos ligados ao governo, quem são as laranjas podres e que usam dos cargos, pra na verdade massacrar os índios e fazê-los comer em suas mãos!

Importante seria deixar na livre escolha dos queridos índios, o mérito se querem continuar em suas tribos e aldeias e em suas casas como já desde o passado a são feitas, ou se querem, com políticas sérias e de fato inclusivas de habitação, mudarem-se para a “cidade”.

Acesso à bens de consumo como geladeira, celular, acesso à internet? Sim, se eles inspirarem esse desejo, mas jamais impostos a eles, como se fazia no passado, dar espelhinhos de maquiagem sejam a índios de idades adultas ou ainda mais e pior e por indução, para jovens adolescentes que se vislumbravam com tal situação de as verem (Sei que existem situações culturais e religiosas nisto também, antes que me corrijam!). As “desaculturações” ou aculturação no termo mais correto, mas com fins totalmente explorativos: que sejam repugnadas! Comungo com a ideia de um pré-candidato a presidente, que comenta que eles, bem tratados e sem os tirar seus costumes e os deixando, caso queiram, a par da tecnologia, seriam felizes e se sentiriam incluídos, como devem ser. Relocando-os em menores quantidades territoriais – isso explicado pela questão dos protetores que na verdade têm interesses escusos, acima já citados -, sou a favor!

Quando se têm dó da situação dos nossos índios hoje, muita gente nos joga na cara: “Então dê a sua casa para eles, já que você comenta que eles são os verdadeiros donos do Brasil!”. Antes de tudo, eles não necessitam de pena ou dó! Se forem apenas respeitados e da mesma forma os seus direitos, já está de bom tamanho! Em hipótese alguma estou falando de nossa região nas redondezas de Telêmaco, mas sim, no Brasil como um todo! Cabe aqui, inclusive, elogios como o atual prefeito de Telêmaco tratou com os índios quando houve necessidade de diálogo direto, ou a forma que a prefeita Lurdinha se relaciona com as tribos que têm sua morada em Ortigueira.

Mas, foi isso que me inspirou o texto: A primeira lembrança no dia de hoje foi de meu querido professor Lourenço Idelfonso da Silva. Fundador e presidente da Sociedade dos Poetas Jandaienses (SPJ), e com orgulho, meu amigo pessoal quando ele ainda em vida e amigo para sempre em meu coração. Hoje ele dá seu nome ao auditório municipal na Praça do Café em Jandaia do Sul.

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Quantos hoje pais e mães de família, professores e poetas, relembram neste 19 de abril, algo que passa despercebido de muita gente, justo pelas causas acima citadas? Muitos! Foram muitos alunos que visitaram as aldeias e aprenderam a respeitar a cultura e os povos indígenas com esse sempre lembrado mestre. Ônibus que partia cedinho da frente do Colégio Estadual e levava inúmeros alunos a cidades adiante de Ivaiporã. Lá, se rendiam a famílias, crianças, idosos, adolescentes e com cabelo preto e alisado (índios) e algumas estudantes voltavam até com o coração suspirando por alguns deles! Lembranças dos idos dos anos 2000, em que ainda se tinham sentimentos mais harmonizados e não essa erotização de tudo como hoje!

O professor Lourenço tinha algo que raro se encontra por ai: a inocência de espírito e o espírito guerreiro naquilo que acreditava! Lutador pelas causas da Educação e amante da Geografia! Amante da poesia, dos Vicentinos e do Colégio Estadual.

Quando as pessoas têm comprometimento, ficam desapontadas quando ao tentar falar com uma geração mais atual e por vezes desligada, percebendo que elas saem de fininho: Confidenciou a mim, algumas vezes, Lourenço, essa tristeza. Certamente também, confidenciou isso à querida dona Josefa, sua esposa e que compartilhava em tudo, com nosso querido Lourenço!

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Os passos do amor à Geografia do pai, estão hoje impregnados no filho, Aroldo Oribes! Toda minha gratidão, não só “In Memoriam” ao professor Lourenço, como a todos os seus familiares. Aos índios, especialmente graças aos ensinamentos que Lourenço me deixou, minhas homenagens!

QUASE ESQUECI: Desde que comecei na Gazeta Regional e também na Fafijan, e quando Lourenço viu que eu era acadêmico e depois formado em Geografia, ele sempre me convidava para as viagens à aldeia. Lá eu fotografava para ele e elaborava matérias jornalísticas. Lembro com carinho ter vindo à Klabin, numa visita do Colégio Estadual, claro que coordenada por este “anjo”: Com toda certeza hoje essa palavra literalmente é aplicada a ele!