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Sapateiro: a resistência da profissão ao tempo
Sapateiro: a resistência da profissão ao tempo

Ofício de longa data, que tem se adaptado à modernidade

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O ofício de sapateiro é muito antigo. Cristãos, Aniano, sucessor de São Marcos como arcebispo de Alexandria (século I), e os irmãos Crispim e Crispiniano, martirizados em Saisson sob Domiciano tinha essa profissão. Os irmãos pregavam a Palavra durante o dia, e a noite, fabricavam e consertavam sapatos.

Em Telêmaco Borba, a profissão resiste ao tempo. Um dos sapateiros é Mauri Betim dos Santos, da Sapataria Líder. Hoje com 52 anos, esse reservense que chegou quando tinha aproximadamente 10 anos em nossa cidade, com 15 anos foi levado pelo pai até o senhor Lazinho, que é proprietário da Sapataria Rodrigues, onde lá, com o próprio e com os amigos de serviço, aprendeu a profissão que hoje garante o sustento da família. “Graças a Deus se damos muito bem e continuamos a trabalhar!”. Como não conhecia nada de consertar sapatos, naquela época, ele disse que com o tempo, acabou gostando do que fazia.

Mauri lembra que quase que tudo era pregado antigamente, e usava-se pneu que era adquirido já pronto, das laminadoras, para as solas. Essas também eram de couro.  “Hoje quase não se usa prego mais! Quase tudo é colado”.

Além de consertar sapatos, Mauri fabrica cintos, botas, botinas, sandálias, e também os cintos específicos para carpinteiros. Na resistência da profissão ao tempo, ele comenta que no passado a prioridade era pela durabilidade e o reforço do material usado para recuperar os calçados. Hoje o acabamento e a aparência ocupou esse lugar. “Mas claro que como profissional, priorizamos a excelência do serviço”. No começo, lá na adolescência, ele confessa que esquecia, raramente, de bater alguns preguinhos e quando o cliente ia usar novamente o sapato, tinha uma surpresa.  

Quanto aos meses de maior movimento, nessa área que nunca falta serviço, o sapateiro informou ser naqueles de inverno. “Na época de calor dá uma diminuída, mas nunca para. No inverno você trabalha dobrado pra conseguir dar conta dos pedidos!”.

Quando perguntado sobre quem é mais exigente como cliente, se os homens ou mulheres, com bom humor ele responde que são elas!

Um detalhe que chama atenção são os consertos possíveis e os valores. Ele alertou que muitos sapatos que hoje vão para o lixo, por desconhecimento dos donos, teriam conserto, e pelo valor a ser cobrado, compensariam em muito.

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Quando a pergunta foi, se com a modernidade a profissão está ameaçada de extinção, uma resposta surpreendente: sim e não! “Jamais pelo número de serviço, porém, pelo jeito vai chegar uma hora que vão se acabar os sapateiros, pelo desinteresse nessa área”. Quando se brincou com ele que isso o favorecia, eis a surpresa: “Claro que não! Se apertar, como às vezes acontece e precisar de mais gente na sapataria, como eu consigo achar?” Ele finaliza lembrando que há muitos anos atrás, existiam muitas pessoas que eram sapateiros; na sua turma, e que hoje, já não são mais encontrados!” Mauri fez extra para dar um tempo para a entrevista ao Oberekando. Ele é proprietário da Sapataria Líder, na frente da Construlares, na Avenida Tiradentes, no centro de Telêmaco Borba.

 

 

 

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